quinta-feira, 13 de novembro de 2008



Sabíamos mais ou menos o que nos esperava e estávamos convictas que íamos preparadas :cada uma levava cinco damas de companhia e uma sandes mista no bolso para o que desse e viesse...
Ao dar os primeiros passos em direcção ao portão que dava acesso a
Auschwitz I ( "Work will make you free"), vimos as convicções a desaparecer e as nossas caras a mudar.
Sabíamos a história, os seus intervenientes, o seu início e o seu fim, os dados e as datas, alguns números. Não conhecíamos de todo as cores, a ventania, as caras, as flores e as velas acesas,os caminhos. Tivemos consciência da frieza, do pormenor, do não limite para a maldade. Tudo isso, aliado à grandeza, é propriedade apenas de quem lá vai. Estávamos NA história.
Lembro-me de, a dada altura, tudo aquilo nos parecer impossível.Comentámos que nem os animais selvagens matam por prazer.Todos os que ali entram são obrigados a sentir, por certo, vergonha da sua raça.
Passadas quatro horas de visita éramos as mesmas pessoas embora muito mais conscientes. Curiosamente no regresso falávamos dos Holocaustos do presente, dos erros que se continuam a repetir, dos milhões que continuam a morrer e do facto de nós, raça, continuarmos a ignorar, vivendo alienados do passado e principalmente do presente. Não tenho dúvidas que era por isso que estávamos tristes.


2 comentários:

Izzy disse...

Porque o mundo só é bonito com vocÊs...até estas paisagens ganham alguma cor...
Só com vocês,agora e sempre ;)

Lisa disse...

Sim, é incrível como hoje se continuam a ignorar outros holocaustos e outros flagelos que se passam presentemente...
Ás vezes parece-me que o mundo está a dormir, num sono muito profundo...
Ainda bem que tiveram a oportunidade de lá ir. Foi das experiências mais marcantes da minha vida...
Bjs